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Moradores do bairro Humaitá, localizado na Avenida José Aluísio Filho, enfrentaram momentos de tensão e incerteza quando a enchente devastadora dos últimos dias atingiu a região exatamente na madrugada de sexta-feira, 02 de maio. Relatos indicam que, já durante a madrugada, pedidos de socorro podiam ser ouvidos nas proximidades da Arena do Grêmio, enquanto a água avançava sobre a Vila Farrapos.
Com o amanhecer de sábado, as ruas do bairro já se encontravam parcialmente submersas. A situação se agravou rapidamente, e até o final da tarde, as vias estavam completamente inundadas, impossibilitando o tráfego de veículos. Foi nesse cenário que os jipeiros surgiram, iniciando as operações de resgate. O Condomínio Croma tornou-se um ponto importante de evacuação, de onde as vítimas eram transportadas até um local seguro na freeway, próximo à Polícia Rodoviária Federal.
No domingo, além dos jipeiros, pequenas embarcações começaram a ser utilizadas para levar os moradores até a rampa de acesso da BR-448. Na segunda-feira, o nível da água alcançou aproximadamente dois metros de altura. Múltiplos barcos, incluindo os de civis e bombeiros, foram mobilizados para resgatar os moradores, que precisavam caminhar cerca de um quilômetro até alcançar os ônibus que os direcionavam aos abrigos disponibilizados.
Até essa quinta-feira, os moradores reclamavam da ausência de posicionamento do poder público, sentindo-se negligenciados como se o bairro não existisse, enquanto outras áreas mais nobres recebiam atenção constante. A Brigada Militar está dando apoio e ajudando os voluntários no auxílio aos moradores que permanecem com medo de perder o pouco que restou. No início, foi o esforço ‘do povo pelo povo’ que prevaleceu, até que os bombeiros chegaram para dar suporte.
Passados 15 dias das primeiras chuvas que caíram sobre o Rio Grande do Sul, os moradores do bairro Humaitá continuam esperando que as águas baixem para que possam retomar suas vidas. Uma das reclamações dos moradores, tanto do Humaitá quanto do Bairro Sarandi, é que estão sem esperança por não ver nenhuma movimentação do poder público para resolver essa situação e ajudá-los a passar por esse momento. Nossa equipe falou com Matheus, que é voluntário e que, segundo ele, está ajudando no bairro Sarandi e Humaitá. Segundo Matheus, que também é morador do Humaitá, eles, além do enfrentamento das enchentes, estão tendo que lidar com a marginalidade, que ficou muito difícil nos últimos dias, mas que contam com a ajuda da brigada na guarnição para terem o mínimo de segurança no bairro Humaitá.